06 junho, 2011

Secaram a infância!

Estão acabando com a infância, cada vez mais. Como se não bastasse apenas o efeito catastrófico dos videogames japoneses, nossos engenheiros resolveram dar sua contribuição negativa: privaram nossas crianças dos expostos leitores d'água da vizinhança! Sobra a pergunta: com o que os moleques que ainda andam pelas ruas vão se divertir?
Você, com mais de vinte anos (ou menos, se morar em uma cidade do interior), lembra-se de andar pelas calçadas dos vizinhos em busca de diversão. O entretenimento compreendia prejudicar o conhecido, privando-o de tirar o sabonete do rosto no fim do banho. Maldade? Pirraça! Impagável era assistir à mulher sair de toalha na rua, com os olhos ardendo, xingando até o Papa, para reabrir a água. Emoção indescritível.
Leitor d´água, registro, relógio, são os nomes mais comuns. Pra quem não sabe, é aquela caixinha que mede o gasto de água das residências, composta por um cano, mediado por números acelerados pelo abrir e fechar de torneiras e chuveiros e, o principal, com uma chave que, fechada, interrompe a passagem de água para toda a casa. Esse era o alvo das crianças. Mas andam colocando o registro entre o muro. E, como se não bastasse o desaforo, entre a mão que viola e o leitor d'água, há um visor à microondas, um plástico transparente e inviolável. Isso é maldade!
Tema pelas crianças do futuro, pois elas sofrerão. Uma infância sem fechar, ao menos uma vez, um registro é um aposto sem conteúdo, um digressão muda, um vazio na vida dos jovens. Prejudicará o desenvolvimento, meus caros, atenção! Sorte que as campainhas ainda ficam expostas...

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