30 agosto, 2010

23 agosto, 2010

Perfeição

Estranhos. Dois estranhos. Ela, tão jovem, andava sempre aos bandos, com as amigas, buscando um abrigo ou um refúgio, sempre, como faz um mendigo e, ao achar, escondia-se em meio aos ombros dos companheiros, como se tentasse se proteger de um ataque. Ele, mais velho, mas não ao ponto de usar bengalas, andava pouco e ao léu, sempre rindo-se ou fazendo rir: uma triste alma que usava da felicidade para censurar a tristeza. Usavam casacos, cada qual com sua peculiaridade, sem variar os modelos. Ele tinha o hábito de escrever; ela, a estranha mania de separar, por um espaço, a frase da interrogação. Detalhes.
Conheceram-se sem o toque e o habitual "Muito prazer!". Ela passou a acompanhá-lo com o olhar distante e furtivo. Assustava-se com o que começava a sentir. Ele, como é próprio dos homens, distraia-se com futilidades e não se atentava ao óbvio. Foi preciso a menina se denunciar, arcando com a vergonha diária de passar ao lado do rapaz (era muito tímida) e com a pressão dos amigos. Ele despertou de seu ridículo transe. Vê-se que o que une não é o destino, mas a vontade. E, talvez, a feniletilamina.
Saíram uma primeira vez. Os papos não se encontraram, que dirá as mãos e os lábios! Da segunda, no entanto, trazem boas recordações: na porta de um supermercado (olha o cenário e a extravasação de romantismo, leitor, olha!), em meio a sacolas plásticas, carrinhos e alguns consumidores, permitiram-se e se beijaram, confundindo-se, por aqueles minutos, sobre a vida e sobre quem era quem. Ao fundo ouvia-se uma escandalosa mulher gritando "Que absurdo é esse aqui na entrada?"
E continuaram se vendo e compartilhando suas estranhezas e resfriados, pois assim deve ser. Veja, leitor, o amor não é como se escreve ou como se vê nas novelas: sorte nossa. O amor se faz de singularidades, faz-se diferente para cada um: sorte nossa, novamente. Talvez o casal do texto não seja o mais apaixonante, nem o mais romântico, nem o mais invejado, nem o das carícias plenas, nem o que se entrelaça de cinco em cinco minutos. E isso importa? Ela andava com ele no corpo, ou melhor, com seu cheiro, e ele levava a menina no pensamento. Isso importa. Temos aqui um homem e uma mulher, um casal perfeito em suas imperfeições.

Entendeu, Juh?

16 agosto, 2010

O aquecimento global é uma furada!

A realidade causa o medo. O medo coletivizado causa o pânico. O pânico disseminado é sintoma da ignorância. E, inevitavelmente, ele se espalha por qualquer motivo: câncer, crescimento da AIDS, crescimento da Argentina, possibilidade de Plínio Arruda ser presidente, possibilidade de o goleiro Bruno ser solto, ou, pausa dramática, o aquecimento global. Frisa-se: temer o aquecimento global é o pior dos pânicos.
Tudo começou nos anos 90, quando alguns cientistas propagandearam o problema após estudar as estrelas. Depois foi a vez de Al Gore, um candidato frustrado, resolver ganhar dinheiro dando palestras a partir de gráficos e mais gráficos desenhados à mão. O povo, no entanto, comprou a (cara) ideia (e também o DVD) de Gore e, não tardou, instaurou-se o pânico.
Surgiram, depois da identificação do problema, medidas para solucionar a enfermidade do planeta. Confesso que, a cada nova ideia, implanto-a em minha vida. Confesso também que tenho o costume de mentir. Especialistas afirmam que diminuir o gasto com energia elétrica ajuda a combater o aquecimento global; pois sim. Especialistas afirmam que urinar e, pasmem!, defecar no banho é uma boa atitude; pois sim. Especialistas afirmam que é positivo pintar o telhado de branco; pois sim. Especialistas dizem ainda que cumprimentar a todos com u "bom dia" é interessante; pois não? Quão ridículo é isto? E quanto tempo demorará para que alguém, de fato, diga essa bobagem?
Gritem, meus caros, gritem, mas o aquecimento global é uma besteira! Os ecologistas não ganharam a alcunha de eco-chatos, e eu de hiperbólico, à toa. A verdade é que a Terra segue um ciclo vicioso e inconstante: um dia chove, no outro faz sol. Particularmente, só estenderei a mão pela manhã em um cumprimento quando nevar em Manaus ou coisa do tipo...

09 agosto, 2010

Não convide um escritor mal humorado para sair...

Todos conhecem o azedume. Não o mau cheiro, mas o mau humor de um dia infernal. Imagine-se agora num bar, por favor, trabalhador, após suas belas e produtivas oito horas de trabalho.
Primeiro ponto: o que mais irrita quem já está irritado é a felicidade alheia. Que lugar propício, então, um bar, em que os ânimos já estão exaltados e regados por um chopp quente.
Começa a música. Um trio composto por um boliviano, um paraguaio e um perdido, tocando, respectivamente, um teclado com efeitos bregas, um violão e (rima estúpida e profunda) o nosso coração, inicia seu trabalho. Cornos têm preferência. Pessoas que andam de ônibus também.
O ambiente é instigante, ou deveria ser. A iluminação lembra um bistrô; o telhado, uma senzala. As mesas apertadas dão às pernas o incômodo impulso inicial para a dança. É como se estivesse n' "O Cortiço", momentaneamente, e milhares de Ritas Baianas o provocassem, vulgarmente.
Sempre há quem se empolgue. Há os que pulem ao dançar e quem suba na mesa e grite truco, não se sabe por quê. E você, perguntando-se, de cinco em cinco minutos, o que faz ali, pega uma bebida e reza para ter logo sua cama sob seu corpo.
Perdoe meu mau humor, mas PUTA QUE PARIU, tudo tem limite...

02 agosto, 2010

Mini-tradutor de carinhas de MSN

Você provavelmente leu o título desse post e pensou "Nossa, quem é o idiota que precisa de um mini-tradutor para carinhas do MSN? Todo mundo sabe o que elas significam!". Engana-se meu caro, eu não sei. E acredito que, assim como eu, exista mais alguém que não saiba. Talvez uma ou duas pessoas... Então esse post é feito especialmente para essa minoria. Aprenda, agora, o que significam as carinhas mais usadas nas suas conversas pelo messenger:






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D:










*_* 







 
T_T













 Gostou? Mande sugestões para novas traduções!
PS: Esse post contou com a ajuda da especialista em linguagens digitais, Juliana Pedrini. Valeu, Juh!