09 agosto, 2010

Não convide um escritor mal humorado para sair...

Todos conhecem o azedume. Não o mau cheiro, mas o mau humor de um dia infernal. Imagine-se agora num bar, por favor, trabalhador, após suas belas e produtivas oito horas de trabalho.
Primeiro ponto: o que mais irrita quem já está irritado é a felicidade alheia. Que lugar propício, então, um bar, em que os ânimos já estão exaltados e regados por um chopp quente.
Começa a música. Um trio composto por um boliviano, um paraguaio e um perdido, tocando, respectivamente, um teclado com efeitos bregas, um violão e (rima estúpida e profunda) o nosso coração, inicia seu trabalho. Cornos têm preferência. Pessoas que andam de ônibus também.
O ambiente é instigante, ou deveria ser. A iluminação lembra um bistrô; o telhado, uma senzala. As mesas apertadas dão às pernas o incômodo impulso inicial para a dança. É como se estivesse n' "O Cortiço", momentaneamente, e milhares de Ritas Baianas o provocassem, vulgarmente.
Sempre há quem se empolgue. Há os que pulem ao dançar e quem suba na mesa e grite truco, não se sabe por quê. E você, perguntando-se, de cinco em cinco minutos, o que faz ali, pega uma bebida e reza para ter logo sua cama sob seu corpo.
Perdoe meu mau humor, mas PUTA QUE PARIU, tudo tem limite...

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