04 abril, 2011

Ela

Um ponto escuro. Cinza-escuro, muito obrigada, diria. Não o fundo do poço, mas o fim da noite, é certo. Os longos e maciços cabelos negros afirmam isso com a convicção do suicida que pula do penhasco. Assim é ela.
Bela. Mas de forma diferente. Sua beleza é sempre imperceptível no primeiro momento, mas, gozado, há algo ali que atrai e cobra um segundo olhar. Fatal. Ela é especial: basta um mísero gesto, um pequeno esforço, e terá o mundo aos seus pés. Besteira. O mundo é uma tolice, fútil demais. Ela merece mais.
Ela é o paradoxo da perfeição, a ambiguidade da paz, a beleza da guerra, a única que traz de volta a respiração quando me afogo. Igualmente, vê-la é perder o ar. É difícil sobreviver assim.
Ela é sensível, chora por tudo. Ela é apaixonada por gestos e detalhes. Ela não apaga lembranças e se apega a eles enquanto dorme. Ela é o berço da confusão e o fim da serenidade. Nela nasce a poesia, a embriaguês do desejo, o verdadeiro pecado. Indescritível, incompreensível, inconfundível.
Quanto a mim? Sou apenas a doença sem cura que a infectou impiedosamente...

Eu te amo, mané!

5 comentários:

  1. vithor vithor,quando eu penso que não vou mais me surpreender com seus lindos textos,eis que me surpreendo.

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  2. "O shoooww! não preciso dizer nada.

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  3. Tem gente que gosta de me matar com cãibra nas bochechas... \z

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  4. acho que vc deve resguardar suas musas... e comigo compôr músicas!!! :D

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  5. uau!!! Fiquei emocionada, muito lindo!!!
    *-* parabéns!

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