
Uma candidata a um alto cargo do Executivo divulgou suas condolências, mostrando-se sentida pela perda. Por ser evangélica foi duramente criticada por dizer-se frustrada com a morte de um ateu, o que fez com que voltasse atrás com sua opinião. O presidente do Brasil, por sua vez, para evitar possíveis problemas religiosos, como os enfrentados pela candidata, afirmou que o "escritor vai tarde", em nota. Também dessa forma, a Academia de Bacharelandos em Literatura, ou ABL, anunciou a abertura das inscrições para tornar-se um imortal, ocupando a cadeira do falecido, e aproveitou para realçar que os interessados devem ser alfabetizados, ter o hábito de tomar chá pela tarde e estar dispostos a sentar-se próximo a José Sarney.
A família do escritor, a única que realmente parecia se importar com o fato, afirmou que o corpo seria velado em sua casa e cremado, no dia seguinte, numa fogueira de São João, como desejava.
Cadê a tese? Onde está seu posicionamento no texto, Torres?!
ResponderExcluirEsquisito ler um texto seu uma sem opinião explícita (afora as obviedades aqui escritas, tais como a mídia superficial, políticos palntonistas de causos para expressarem meia-dúzia de frases açucaradas e o povo anencéfalo).
Se bem que falar de Saramago é praticamente redundar-se. Somente quem leu, sabe de seu valor.
A temática é secundário; seu "ateísmo" mais um reforçador da ideia hoje bem modista de que "ateu = intelectual", pois uma forma de chocar e aparecer é citar Deus/Cristo de forma desdenhosa. Isso causa.
Saramago não fez isso, apenas subentendeu - quem polemizou foram seus leitores.
Logo, é sim uma grande perda. Lamentável.
Esperemos para que novos escritores assim apareçam: geniais, sobrecomuns, autênticos, escritores por escritores (não escritor por leitores). Será que dá para entender?
Abraços!!