01 agosto, 2011

Nem te conto desse conto!

Era uma vez (sim, apenas uma, pois história como essa nunca ocorreria duas ou mais vezes) um suíno, que, daqui em diante, por motivos eufemísticos, narrativos e clássicos, será tratado como porquinho, uma vagabunda, obviamente leviana, de hábito específicos (usava, por exemplo, religiosamente, uma capa vermelho-fogo-desbotado), a qual atendia pelo nome de Chapeuzinho Vermelho, e um selvagem rousseauniano de trajes precários e ínfimos, conhecido tanto pela antonomásia a ele atribuída (Homem-macaco) quanto por sua designação: Tarzan. Do seu nome, John Clayton III, no entanto, ninguém sabia. Os três eram amigos.
Amizade sincera. Como tal, não havia interesses por trás das relações cultivadas. A diversão destes três era nadar no lago da floresta da chácara da Branca de Neve. Nadavam nus. O porquinho estava sempre dessa forma. Tarzan não tinha grandes dificuldades em despir-se de sua tanga. E a Chapeuzinho tirava o agasalho com cuidado, precavendo-se para que a peça não enroscasse no piercing do mamilo direito. O assunto dentro d'água era sempre o mesmo: sexo. Ninguém se excitava, porém, em respeito à amizade. Conversavam sobre como conquistariam o objeto de desejo de cada um. Em certa data, em comum acordo, todos se comprometeram a declararem-se aos seus amores. E foram.
O porquinho visava a uma relação interespecífica com o Lobo Mau. Chegando na casa de seu amor, bateu à porta e exaltou todas as qualidades que via, declarando-se apaixonadamente. O lobo, indiferente, respondeu que, de acordo com a dieta do nutricionista, não podia mais comer carne suína e fechou a porta. Voltou o porquinho ao lago, decepcionado. Chapeuzinho, bissexual, bateu palmas chamando a Rapunzel em sua torre. Gritou: "Me deixe subir nos seus cabelos que eu faço você subir ao céu, Rapunzel!". A princesa, irritada, mandou descer seu marido, Edward Mãos de Tesoura, para expulsar a menina. Foi-se embora Chapeuzinho, xingando a cabeluda. Tarzan não teve mais sucesso que seus amigos. Acabou sendo agredido por João, com uma baguete, enquanto flertava com Maria. Encontraram-se todos no lago, contaram suas decepções e se abraçaram. Decidiram, então, já que ninguém os queria, dar uma chance à rotina. Fizeram uma orgia no lago.
Ou seja, no fim das contas, dois mais dois dá sempre quatro. Ou de quatro.

4 comentários:

  1. maconha? haxixe? LDS? cogumelo? hããã? ahsushuahsuahsuah http://www.faac.unesp.br/pesquisa/nos/olho_vivo/drogas/tip_drog.htm

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  2. Juro que foi tudo na base do oxigênio! rs

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  3. Sei, sei. Cê tem sangue no cérebro, né.

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  4. O_O e eu achando que já tinha visto de tudo nas versões de contos de fada!!!

    Adorei!!!
    http://diamondsforlittlethings.blogspot.com/

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