08 agosto, 2011

Minha menina

Minha menina não tem modos. Ela, "criada na mais luxuosa baia suíça", arrota indiscriminadamente, não sabe manusear o talher e não segue os padrões da sociedade. Minha menina não gosta de padrões. Ela não pinta as unhas, não usa vestidos, não se enfeita com brincos, anéis ou maquiagens, nem dá tanta atenção ao penteado. Minha menina tropeça, é descoordenada, desengonçada, esquisita, vive ébria. Minha menina é exatamente tudo o que uma mulher não é. Nem por isso deixa de ser uma.
Minha menina tem o olhar penetrante, negro, fulminante. Seus olhos são difusos e olham, em ângulos diferentes, para o mesmo lugar. Minha menina não tem nenhum grande atributo corporal, não rebola, dança comedidamente. Minha menina é tímida. Mas também sabe ser escandalosa. Minha menina nunca sabe o que quer, ou nunca quer dizer o que ambiciona, não sabe iniciar uma conversa, mas sabe integrar-se em assuntos do passado. Minha menina ri sem pudor, deliciando-se do momento, e termina com um "ah", de suspiro.
Minha menina gosta do detalhe e se prende a eles. Sabe dizer a data do aniversário de todos que conhece, sabe de cor as datas que marcaram sua vida, sabe que nem todos, quase ninguém, compartilham da mesma fixação que ela, mas nem por isso deixa sua mania de lado. Minha menina de corpo plástico, mas não muito flexível, problemático, mas imperecível, sente cócegas por todas as lacunas. Minha menina gosta do toque aveludado, mas também gosta de puxões e apertos nas costas. Minha menina tem calafrios se seu pescoço for alvo de carícias. Minha menina fecha os olhos para aproveitá-las todas.
Adotei a menina há um ano. Ou ela me adotou, não sei bem. O fato é que quando soube que ela queria correr para os meus braços, não hesitei em abraçá-la e, desde então, não mais a soltei. Minha menina aprende comigo diariamente e me ensina o quanto, cada vez mais, dependo dela. Minha menina é pouco sentimental, mas não tem dificuldades em chorar por qualquer motivo. Dou-lhe meu ombro sempre que posso. Minha menina sempre dorme em meus braços, mas nunca ouviu meu "boa noite". Minha menina é terna, e nosso amor, paternal. Às vezes beijo-a na testa para dar certeza do meu sentimento por ela e para dizer com os lábios, sem usar a língua, que ela é só minha. Minha menina.



Minha mané! Um ano. Como eu já disse: meu amor por você é do tamanho dos meus exageros. A última parte do seu presente.

5 comentários:

  1. que texto incrivel vithor,mandou muito bem na declaração de amor haha.

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  2. aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaawwwwwwwnn x_x

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  3. Quase chorei, de verdade. Parabéns pelo 1 ano de namoro gente! Felicidades sempre!!

    http://diamondsforlittlethings.blogspot.com/

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  4. Chorei, gente!
    Que coisa linda *-*
    Parabéns, Vithor!
    Parabéns, Juuuu!

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