12 abril, 2010

Aniversário

Já que nesta semana, mais precisamente no dia 14, completo meus 17 (dezessete) anos, decidi (nada mais óbvio) fazer um post de aniversário para você, querido (ou não) leitor. E para mim também, diga-se, afinal o aniversário é meu, certo? Vamos lá:

Ah, o aniversário... Tempo de presentes, de festa, de falir seus pais com as despesas da festa. Tempo de reunir os amigos, os inimigos e a tia gorda num mesmo recinto cheio de balões. Tempo de comer guloseimas, e bolos, e tortas, e brigadeiros, e salgadinhos e... ai minha barriga! Tempo de refletir no banheiro após a festa. Falei tanto em tempo, tempo, tempo, que até parece que me esqueci de um detalhe crucial: aniversário só dura um dia.
Aniversário é dia em que plebeu vira rei e, como todo bom monarca, deve ordenar e ser atendido, mas também saber moderar seus decretos para não ir parar na guilhotina no dia seguinte.
Eu tenho a leve impressão de que só as crianças entendem o aniversário: elas o fazem, comemoram e pronto! Adulto não, adulto adora complicar e se complicar. Criança, na sua festa, come brigadeiro e corre, enquanto a mãe cuida de tudo. Adulto, na sua festa, faz sala e recebe os convidados na porta. Isso é uma idiotice! Da próxima vez, em vez de ser um gentleman chato, seja um aniversariante divertido e não se preocupe com nada além de dançar Macarena como quando você tinha quinze anos.
Mas, como pra tudo há uma explicação, explico eu, agora, a razão dos adultos serem tão travados em suas festas: "Com quem será?". Você, adulto, ou até você, criança, me responda: existe algo mais constrangedor que o "Com quem será?"? Não existe! Isso é o motivo de trauma para muitos seres humanos. Pense, você ali, na frente do bolo, rodeado de amigos cantando a canção temida. Você olha para eles, ao que eles lhe respondem com uma expressão de "Hum, safadinho!", e depois olha para a outra vítima da canção que aceitará se casar com você, terá muitos seus, depois se separará, para, após um mês, reatar o casamento, e entrar no cano em um ano, e morrer, como e com você, após um século, com diabetes tipo 2, mas em nenhum momento você vê tanto futuro entre vocês, mesmo porque cada um goza dos seus onze, doze anos... Enfim, é o momento mais terrível e traumático para toda e qualquer pessoa que já teve ao menos uma festinha de aniversário.
Para ser bem honesto, sou um descrente da teoria geral dos aniversários. Não entendo por que ficar feliz e festejar se estamos ficando mais velhos e próximos da morte. É ludibriar-se! Minha pobre cabeça não compreende essas coisas...
E tem também os telefonemas! Como eu detesto os telefonemas! Se nós devemos ser presenteados no nosso aniversário, por que, então, tem de ser com o diabo do telefonema?! Eu realmente não suporto ouvir o dia inteiro o "Parabéns! Tá ficando mais velho hoje, né? – risos (da parte de quem liga). Só estou te ligando para te desejar tudo de bom, viu? Saúde, dinheiro, sucesso, muito amor e carinho. Beijo, fica com Deus. Agora passa pra sua mãe, quero falar com ela". É ou não é irritante?
Mas de uma forma ou de outra, certa hora as luzes se apagam e começa o Parabéns.

Obs: aceita-se parabenizações nos comentários. Até a próxima segunda! 

4 comentários:

  1. Aniversários são realmente bem tensos na hora do 'com quem será?' e a parte das ligações eu tbm odeio!
    HAHAH'

    mas, Parabéns pra tii ..
    aproveite bem os 17 anos! ;*

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  2. Aniversários só são bons até que se entenda que cada um deles traz mais responsabilidades.

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  3. PS: Parabéns, ainda. No ano que vem te dou 'meus pêsames'.

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  4. Nossa, eu tive que rir lendo isso. Adorei! Compartilho de grande parte das tuas idéias. Parabéns (em ambos os sentidos)!

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