27 dezembro, 2010

Cuecas

Os homens sabem a importância de uma boa cueca. Já as mulheres se preocupam mais com o que ela guarda. De uma forma ou de outra, é indispensável à rotina da humanidade. E, como se não bastasse, ainda ganha um significado ímpar durante o Réveillon. É por isso que o Hipérboles, hoje, traz esse esclarecedor post sobre algumas cuecas e que ideologia o homem que as usam traz em sua cabeça (na de cima):


Cueca branca - o homem que a usa é neutro como a cor: diz que deseja a paz para o ano que entra, mas não faz nada para atingi-la. Seria, por assim dizer, uma pomba da paz: por mais branca que seja, continua espalhando suas doenças pelas rodoviárias do mundo;

Cueca amarela - 80% dos homens que usam uma cueca amarela na virada de ano são pobres e acreditam que ela trará dinheiro no futuro. Os outros 20% só tem mau gosto; 

Cueca preta - é um homem que, apesar de todas as lambanças do governo americano, se solidariza com Obama. Com essa cueca visa adiantar a campanha do presidente dos EUA para a reeleição em 2012. Se a cueca tiver uma caveira, porém, pode também ser sinal de que é fã do Capitão Nascimento;

Cueca verde - também de feitio político, a cueca verde é sinal de que o homem votou em Marina Silva e ainda não se conformou com o resultado das urnas. Apesar desse gesto amável, não pense que ele tiraria a peça de roupa na frente da acreana: idolatria não tem relação com amor, nesse caso;

Cueca bege - é quem broxa durante o ano;

Quem não vai usar cueca na virada - homens que, como eu, já sabem o que querem e o que esperar da vida!




Obrigado a você, leitor, que teve a paciência de ler esse blog o ano inteiro. Bom ano e aproveite muito 2011 (porque em 2012 você já sabe...)!
PS: leia o texto do ano passado sobre RÉVEILLON

20 dezembro, 2010

Rápidas considerações natalinas

- O Natal é uma data inventada por comerciantes

- Papai Noel é uma criatura onipresente

- Que bom que existe o Natal! Se não fosse ele, o que você pensaria de um velho gordo e barbudo que presenteia os outros com coisas retiradas do seu saco e adora que criancinhas sentem em seu colo?

- Existe neve artificial nos shoppings da África? Existem shoppings na África? Existe Natal na África?

- Carro voador não é utopia do futuro. É uma possibilidade do presente. As renas do Papai Noel já dominam essa tecnologia há muitos anos!



Confira o texto natalino do ano passado. Está melhor que esse, garanto. Basta dar uma clicada no bom velhinho. Não se preocupe, ele gosta... PAPAI NOEL 

13 dezembro, 2010

Crise da meia idade

"Ai, credo. Credo! Que horror! Olha isso, olha! Mas será que você ainda consegue ver com essa pálpebra caída, sua velha? Velha, é isso que você é: uma velha! Rugas e mais rugas, esse cabelo horrendo, essa boca deformada, e, ai, Jesus, olha esse culote! Bom era quando você me recitava poesias, espelho, e não agora. Agora você é capaz de me denunciar pra polícia de tão acabada que estou!
Mas eu vou voltar, você vai ver, espelhinho, vou voltar a ser a deusa que sempre fui! Um pouco mais velha, é verdade, mas inteira. Ou melhor, velha não, experiente. É sempre muito importante se aceitar para resolver os problemas.
Vou ligar pro Carlos e marcar duas plásticas. Ou três, hein? Não sei se eu mexo no nariz... Não, já sei, o que eu preciso é de um tratamento nessa pele. Ligo pra Carlos depois. É, olha só, se estiver bem hidratada eu vou rejuvenescer uns dez anos! E então eu começo a fazer aulas de dança e academia e volto mais cinco anos no tempo. Vou ficar um arraso! Ninguém vai resistir ao meu charme! Afinal, eu sou uma mulher muito sexy, só um pouco acabadinha, mas uma delícia!
Enquanto isso vou comprar uns sutiãs mais ousados, umas calcinhas diferentes, sair um pouco. Preciso de umas roupas novas também, acho que é isso que está me envelhecendo... Será que é isso? Acho que é isso. Viu só, espelho, o problema nem é tanto comigo, seu mentiroso!
Quer saber, chega de papo: eu vou é comer um chocolate pra aliviar esse estresse. Ai, que delícia!"

06 dezembro, 2010

As formigas

É natural à formiga tomar recursos da natureza e guardá-los em seu lar, esconder-se, atacar até quando não é preciso, abater o inimigo, armazenar seus tesouros no fim do último túnel. O que não é natural, apesar de cada vez mais frequente, é o homem metamorfosear-se nesse inseto e embrenhar-se em seu formigueiro.
Não há romantismo nem aspectos kafkanianos na metáfora. É apenas a realidade ilustrada nas características de um animal. O homem escala os morros como a formiga escala as paredes, e depois cava fundo, cria caminhos, conexões com outros formigueiros, armazena recursos e tesouros dos quais se questiona a origem e serve ao dono do morro, ou melhor, à Rainha. Nasce a comunidade.
Como é natural no reino animal, a disputa pelo espaço é constante e as batalhas intraespecíficas são frequentes. Anexar o formigueiro ao lado é o objetivo, o qual, por vezes, é disfarçado por falsas alianças. Não se pode confiar em animais com antenas... Principalmente se essas antenas forem de TV a cabo ilegalmente instaladas (o famoso Skygato) ou para a comunicação por rádio entre os membros da comunidade.
Enquanto não sai do formigueiro, ninguém se importa com nada. Mas um dia as formigas saem e sua picada dói, irrita, pode até matar e, não duvide, mata constantemente. Há momentos em que pisar em um ou outro inseto não basta; é preciso eliminá-los todos; para isso usa-se veneno.
Em operações especiais, pulverizam os pontos críticos e toda a comunidade é afetada. As formigas tentam se defender de todas as formas: fazem barricadas, queimam carros e ônibus e, quando não há mais opção, fogem. O homem consegue dominar os animais, ou assim lhe parece.
 Então gritam, cospem aos ventos a novidade, sussurram com brados a todos os ouvidos: dedetização bem-sucedida! Um engano, é claro. Por mais eficiente que seja o veneno ou constante que sejam as ações de controle às pragas, é impossível eliminar as formigas. E por uma razão óbvia: sempre haverá açúcar.