27 setembro, 2010

Novo verbo!

Atenção, Aurélio! Atenção, Houaiss! Atenção, Prof. Pasquale! Há um novo verbo em circulação que deve ser catalogado, estudado e incluído na língua portuguesa do Brasil, ou no "brasileiro", como dizem. O verbo originou-se de outra palavra e manteve boa parte do significado atribuído a essa primeira. Trata-se de "filhadaputear". Conjuguemos, no presente:

Eu filhodaputeio
Tu filhodaputeias
Ele filhodaputeia
Nós filhodaputeamos
Vós filhodaputeais
Eles filhodaputeiam

O verbo em outros tempos e modos segue a regra geral. Todo filho da puta é igual, portanto o verbo não é defectivo ou irregular. Voltamos em breve com mais atualizações da língua!

20 setembro, 2010

Pois normalmente quem julga não conhece...

- Olha ali!
- O quê?
- Olha!
- Onde?
- Ali!
- Qué que tem?
- Olha só! Mó gata...
- Gorda.
- E aquela ali? Olha aquela bunda!
- Murcha.
- Aquele peito!
- Caído.
- E aquela lá? Bonitinha, até... Boa de papo...
- Nerd.
- Vem cá, você é gay?
- Não, sou seletivo.
- E o que te chama atenção numa mulher?
- O sorriso. Mas sem cárie. E sem aparelho.
- Credo, você é muito chato!
- Não, chata é aquela ali, que corre atrás de todo mundo e não pega ninguém.
- Já deu?
- Eu não!
- Não você, ela!
- Já. Dizem.
- Quem "dizem"?
- Eu digo.
- Pra quem?
- Pr'aquele ali.
- Ele?
- Ele.
- Meu Deus...
- Então.
- E quem mais deu?
- Aquelas dali.
- Bom, pelo menos são bonitinhas...
- Não acha elas feias?
- Não.
- Já eu prefiro minha vó!
- Você é dramático. E gay!
- Sou realista. E, já disse, não sou gay, sou seletivo!
Papo de dois virgens.

13 setembro, 2010

O homem é o coelho do homem

Hoje há tanto que mate, não é mesmo? Morre-se de AIDS, de fome, de miséria, com a falta de recursos indispensáveis, como a água, de gripe suína, aviária, comum (os idosos adoram morrer desta última), em guerras, com bombas, simples ou nucleares, com tiros de diversos calibres, com qualquer tipo de violência, com o uso desenfreado de drogas, em morros ou na cobertura de um prédio no Leblon, por ser desta ou daquela religião, deste ou daquele hemisfério, deste ou daquele país, por causa deste ou daquele fanático. Enfim, morre-se.
A culpa mata. A curiosidade mata. O ócio mata. A solidão, a depressão, um caminhão, o amor, a dor, um refletor, a indecência, a decadência, uma licença (médica), o egoísmo, o racismo, o protecionismo (materno), a fadiga, a mandinga, uma lombriga, a reclamação, a oração, uma conta de divisão, o casamento e a separação, a lembrança e a ilusão, o Bruno e o Macarrão: tudo isso mata!
E são tantos mais os fatos, as situações, as peculiaridades, os sujeitos que levam ao óbito que se opta por parar a listagem aqui. A considerar? Apenas o seguinte: as formas de se morrer são inúmeras, incontáveis; a de se nascer continua sendo apenas através do sexo; e, mesmo assim, a previsão é que cheguemos a 9 bilhões de irmãos nesta pequenina Terra! De China já basta a China, não quero um mundo inteiro assim! Por isso passe a sorrir ao assistir ao telejornal informando as várias tragédias do dia. Eu prezo pelo meu espaço, leitor, e você?
E viva o homem e sua admirável capacidade de (se) foder como os coelhos...

06 setembro, 2010

"Purpurina ou morte!"

Os tempos mudaram, mas para a estagnação: hoje é comum vermos um sujeito homem com seus quarenta e poucos anos vivendo na casa dos pais. Essa é uma tendência mundial, mas no Brasil é incentivada desde 1500. Se você critica seu amigo de meia idade pelo comodismo, que diz do nosso país que demorou 322 anos para se tornar independente?
Em se tratando da nossa independência, todos a associam com D. Pedro I, sobre seu cavalo (branco de Napoleão), erguendo a espada e gritando "Independência ou morte!". Talvez a maior homossexualidade de que se tem registro, diga-se de passagem. É, sem dúvida, uma das maiores injustiças da história. E os baianos, e os mineiros (os de Minas, não os do Chile), e os pernambucanos, e suas respectivas revoluções, foram esquecidas? E Tiradentes, o heroi nacional ao lado de Rubinho e da Mulher Melancia, não deve ser relembrado ao menos por respeito, afinal, após ser esquartejado, conseguiu estar em dois lugares ao mesmo tempo (para registrar: só perdia para Deus)? E o Irã? Por que citá-lo? Qual a relação do país islâmico com nossa independência? Nenhuma. Ignore a última sentença, o autor desse texto deve estar bêbado...
Tudo bem, não podemos julgar o brasileiro, um povo que tem por cultura engolir, sem pensar, qualquer coisa que lhe digam e esquecer o que devia estar anotado na agenda ou nas fichas criminais. Também não podemos deixar de mencionar que, para deixarmos nossos pais portugueses, adotamos os ingleses como padrinhos. E mais tarde os estadunidenses. Recentemente, os chineses. No governo Dilma o padrinho será Lula. Um círculo vicioso, como vemos.
A independência do Brasil é uma mentira que tem apenas três finalidades: serve de matéria-prima para os pintores do primeiro imperador deste país, de conteúdo para provas de história e de razão para termos um feriado em setembro. Só. O que mais me espanta, no entanto, não é nada disso, mas o fato de ainda não haver o bloco D. Pedro I na Parada Gay de São Paulo, gritando histericamente "Purpurina ou morte!", pra não dizer outra coisa...